Dentre os setores que vêm encontrando nas fusões e aquisições oportunidades de crescimento e expansão, o ramo varejista também tem se destacado com importantes transações ocorridas nos últimos anos.
A retomada econômica após o período mais denso da pandemia de COVID-19 foi uma das impulsionadoras dessa intensificação das operações de M&A entre empresas desta área, especialmente no varejo alimentar. Continue a leitura do artigo e saiba mais sobre o assunto.
O mercado varejista nos últimos anos.
Não é novidade que vivenciamos um período atípico de 2020 para cá, quando os primeiros casos de coronavírus começaram a surgir e os impactos foram sentidos em todo o mundo, por todos os segmentos.
O mercado de varejo foi um dos mais atingidos, principalmente com o grande número de lojas físicas que não resistiram às dificuldades econômicas trazidas por este momento — que ficou marcado, principalmente pelo lockdown e fechamento do comércio — e encerraram suas atividades.
No entanto, com o arrefecimento desta fase pandêmica, a economia voltou a reagir e reacendeu a chama das operações de M&A entre empresas varejistas. Isso pode ser comprovado em dados, conforme levantado pela KPMG, que mostra que 2021 registrou a melhor performance das duas últimas décadas, com mais de 5 mil transações e um aumento de 20% em relação ao ano anterior.
Um dos pontos de destaque deste crescimento fica por conta do maior número de fusões e aquisições em companhias do gênero alimentício, o que pode ser explicado por uma transformação nos hábitos de consumo da população, com grande parte das pessoas buscando mais qualidade de vida.
Em 2022, o cenário foi mais cauteloso e as negociações tiveram uma leve retração de pouco mais de 15%, segundo a KPMG. Isso não significa, necessariamente, que houve um encolhimento do mercado, mas que muitas organizações passaram por um reposicionamento estratégico para que pudessem se adequar às mudanças e traçar novos caminhos.
Apesar desse período de estabilização, as fusões e aquisições continuam sendo uma alternativa promissora no segmento varejista, sobretudo no ramo de alimentação, que lideraram as transações ocorridas tanto em 2021 quanto em 2022 — 43 e 37, respectivamente, segundo a KPMG.
Quais os setores do varejo que mais realizaram fusões e aquisições nos últimos anos?
Considerando o cenário macroeconômico das operações de M&A que aconteceram entre empresas de varejo no Brasil no ano passado, foram registradas 88 transações no total, um pouco abaixo de 2021, que contabilizou 104. Os dados são da KPMG.
Conforme mencionado em um trecho anterior do artigo, o setor de alimentos e bebidas despontou na liderança, motivado por uma necessidade maior de consumo por parte das pessoas e, também, pela retomada estratégica do projeto de expansão de muitos negócios após uma pausa forçada pela pandemia, principalmente nas grandes redes.
Na sequência, temos as lojas de varejo — com 43 negociações em 2021 e 23 em 2022 — além dos supermercados, que tiveram um aumento significativo entre um ano e outro, totalizando 19 transações frente as 10 que foram registradas anteriormente.
Coube aos shopping centers — com 5 operações em 2021 e 8 em 2022 — e às lojas de vestuário — com 4 transações somadas nos dois anos — os menores índices de fusões e aquisições considerando este período mais recente.
Quais as maiores fusões e aquisições que já ocorreram no varejo?
Impossível fazer um cálculo preciso de quanto o mercado de varejo já movimentou com fusões e aquisições ao longo da história, mas podemos ter uma amostra a partir das maiores transações que ocorreram recentemente e mudaram o panorama de muitas empresas.
Uma das negociações de maior destaque ocorreu em 2021 entre dois dos grupos varejistas mais importantes do país: a compra do Grupo Big pelo Carrefour. A quantia que circulou nesta aquisição passou da casa dos milhões e chegou a R$7 bi.
Ainda neste mesmo ano, as Lojas Americanas também deram um passo importante em seus planos de expansão ao adquirir a totalidade das operações do Hortifruti Natural da Terra, visando ampliar a oferta de produtos naturais. O negócio se configurou por R$ 500 milhões.
As Americanas também conduziram uma outra transação importante, quando realizou uma fusão com a B2W, com o objetivo de aprimorar a oferta de canais digitais para seus clientes. Mais um reflexo do avanço da tecnologia e das atividades remotas, ensejadas pela pandemia.
No setor de shopping centers, a Aliansce e a brMalls passaram por uma integração que se consolidou ainda em janeiro deste ano. De acordo com reportagem do Valor Econômico, a negociação rendeu um lucro líquido de mais de R$ 2 bilhões somente no primeiro trimestre.
Um segmento que também protagonizou algumas das mais importantes operações de M&A no varejo foi o farmacêutico. Podemos citar como exemplo a compra de mais de 90% da Extrafarma pela Rede Pague Menos, por um valor superior a R$ 700 milhões.
Os dados comprovam que as oportunidades estão aí e o mercado está sempre apresentando boas possibilidades de crescimento a partir das fusões e aquisições de empresas. Por isso, é importante contar com uma assessoria como a 3Capital, que soma diversos cases de sucesso no portfólio e pode ajudar a conduzir este processo, desde o mapeamento de novas negociações até a consolidação da transação.