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Por que o setor de educação tem crescido no mercado de fusões e aquisições?

26 julho, 2022
Por que o setor de educação tem crescido no mercado de fusões e aquisições?

Nos três primeiros meses de 2022 foram registradas 19 operações de fusão e aquisição no setor de educação no Brasil. O número representa um aumento de 72,7% na comparação com o mesmo período de 2021, segundo relatório da consultoria KPMG

O aumento dos negócios no setor ocorre em cima de uma base prévia já de crescimento. De acordo com a mesma consultoria, em 2021, foram 52 operações de fusões e aquisições no setor de ensino, 93% a mais na comparação com 2020. 

Um dos principais negócios no setor de educação em 2022 aconteceu entre a Eleva e a Cogna, maior grupo de educação do país. A confirmação do acordo, que envolve o ensino básico, saiu em fevereiro. Com a negociação, a Eleva acertou o pagamento de R$ 964 milhões por 51 escolas operadas pela Cogna. Já a Cogna desembolsou R$ 580 milhões para aquisição do sistema de ensino da Eleva. 

Ainda segundo o relatório da KPMG, das 19 operações de fusão e aquisição realizadas no primeiro trimestre do ano, 14 foram entre companhias brasileiras, enquanto 5 envolveram empresas estrangeiras. 

Educação básica: um mercado de oportunidades

Investidores estão atentos a um mercado com grandes oportunidades. O setor de educação, globalmente, deve receber mais de US$ 10 trilhões em investimentos de governos, empresas e consumidores até 2030, segundo dados da empresa de inteligência de mercado HolonIQ. No Brasil, em particular, com mais de 48 milhões de estudantes, as oportunidades são amplas e passam pela melhora da qualidade do ensino, a erradicação do analfabetismo e a diminuição da evasão escolar, entre outras. Hoje, somente cerca de 16% dos alunos de Educação Infantil, Fundamental e Ensino Médio estão no setor privado, índice que chega a 80% no Ensino Superior. Essa é uma das razões para a movimentação observada principalmente no Ensino Básico.

Um relatório da RGS Partners, consultoria de M&A focada em médias empresas, aponta que o segmento do ensino básico tem se mostrado atrativo por algumas razões, como o aumento do valor investido pelas famílias por filho – colocando educação como prioridade. Segundo a análise, o ensino básico do Brasil tem, ainda, alto potencial de consolidação e oportunidades inexploradas em todas as regiões do país. Escolas que mostraram agilidade na adaptação ao ensino remoto durante a pandemia se fortaleceram. 

Dados da consultoria mostram que somente no Ensino Básico privado o país tem 9 milhões de alunos, que movimentam R$ 80 bilhões por ano. Os principais players desse mercado atualmente são Bahema, Eleva, Grupo Seb, Inspira e Rede Decisão. 

A região Sudeste é a que detém mais da metade das transações de educação básica (53,1%), informa a consultoria. Em seguida aparecem o Sul (24,7%), o Nordeste (9,9%), o Norte (7,4%) e o Centro-Oeste (4,9%). 

Ensino Superior: mercado consolidado?

Ao longo dos últimos anos, o setor de Ensino Superior foi se consolidando, antes do Ensino Básico, e hoje, segundo os especialistas, parece haver menos oportunidades. 

Em análise da KPMG, as fusões e aquisições do setor educacional no Brasil começaram a ficar mais estruturadas em 2008, ano seguinte aos primeiros processos de abertura de capital (IPO) do segmento. Com a pandemia, os acordos foram impactados, mas em 2021 as negociações voltaram com fôlego, principalmente envolvendo escolas de Ensino Infantil, Fundamental e Médio. 

Ainda assim, a área de Ensino Superior em saúde se mostra atrativa e vem gerando movimentações de fusões e aquisições. Segundo uma análise do portal Desafios da Educação, os cursos de graduação em medicina motivaram negócios relevantes de M&A no segmento de ensino nos últimos anos.

Em 2020, por exemplo, as vagas nos cursos de medicina teriam motivado a Ânima a comprar as instituições de ensino superior da Laureate, do baiano UniFG e da mineira Faseh. Teriam levado também a Ser Educacional a adquirir a Unifasb, da Bahia, depois de já ter comprado a Unifacimed e a Unesc, as duas em Rondônia. Também foi a medicina que impulsionou a compra da Unigranrio pela Afya. 

As razões para tanto interesse pelos cursos de medicina são o tíquete médio da graduação – o mais caro do Brasil – e a rentabilidade que proporcionam às instituições de ensino. Além disso, trata-se de uma faculdade com baixa evasão escolar e reduzida inadimplência. Esses motivos levam os grandes grupos de ensino a pagarem R$ 1,4 milhão por cada vaga em faculdade médica no Brasil nas negociações de M&A, de acordo com estudo da Ondina Investimentos. 

Além do setor de educação, vários outros estão tendo grandes movimentações como o mercado de agronegócios, as HR Techs e o setor de tecnologia. Acompanhe nosso blog para ficar por dentro de todas as novidades de M&A. Assine também a nossa newsletter ao final desta página!



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