Em 2021, o Brasil registrou fusões e aquisições no valor de R$ 595,5 bilhões, um aumento de 51% ante o ano anterior, segundo dados do relatório anual da Transactional Track Record (TTR). Alguns setores vêm se destacando ao apresentar elevado número de processos de M&A.
De acordo com o relatório da TTR, as transações no setor de tecnologia foram as mais comuns, somando 933 operações, uma alta de 67% em relação a 2020. Em seguida aparece o setor financeiro e de seguros, com 469 transações.
O país que mais investiu no Brasil em 2021 em operações de M&A foi os Estados Unidos, com 244 transações, seguido da Argentina, com 39 operações.
Relembre as maiores operações de fusão e aquisição de empresas no Brasil, em 2021, por setor.
Aviação: Eve, da Embraer, e Zanite
A Eve Urban Air Mobility, da brasileira Embraer, e a americana Zanite se uniram em uma operação de US$ 2,9 bilhões. A nova empresa, Eve Holding, nasce com recursos para se financiar até a certificação de seu veículo elétrico de decolagem e pouso vertical (eVOLT), prevista para 2025.
Bens de consumo: 3G Capital e Hunter Douglas
A 3GCapital, dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, comprou a multinacional holandesa de persianas, cortinas e produtos arquitetônicos Hunter Douglas por US$ 7,1 bilhões. O negócio é mais uma investida da 3GCapital em gigantes tradicionais que tem foco em bens de consumo que fazem parte do dia a dia das pessoas. A companhia dos brasileiros já tinha em seu portfólio a Kraft Heinz e o Burger King, de alimentação.
Educação: Vitru e Unicesumar
A Vitru, controladora do grupo de educação catarinense Uniasselvi, assinou em agosto a compra de 100% da paranaense Unicesumar (Centro de Ensino Superior de Maringá) por um valor superior a R$ 3 bilhões.
Energia: Equatorial e Echoenergia
A Equatorial Energia comprou a Echoenergia em uma transação de cerca de R$ 10 bilhões. Criada e controlada pela gestora de private equity inglesa Actis, a Echoenergia é uma holding de parques eólicos e todos eles estão localizados no Nordeste brasileiro.
Instituições financeiras: JPMorgan Chase e C6 Bank
O banco americano JP Morgan Chase comprou 40% do C6 Bank em junho de 2021. Fundado em 2019, o C6 Bank tem cerca de 11 milhões de clientes e se tornou um unicórnio (startup avaliada em US$ 1 bilhão ou mais) em 2020.
Petróleo: Mubadala Capital e Refinaria Landulpho Alves (RLAM), da Petrobras
Em novembro passado a Petrobras concluiu a venda da refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, para a Mubdala Capital, com sede em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. A oferta foi concluída em US$ 1,8 bilhão.
Saúde: Hapvida e Notredame Intermédica
As duas companhias chegaram a um acordo para unir as duas operações em 2021. O fechamento da operação ocorreu este ano, depois que o Cade aprovou a fusão. A união das duas empresas criou a maior operadora de planos de saúde do país, com cerca de 14 milhões de usuários. A nova companhia tem valor de mercado de cerca de R$ 83 bilhões.
Saneamento e meio ambiente: Aegea, Iguá e Cedae
As empresas de saneamento Aegea e Iguá venceram a disputa pela maior parte dos ativos da companhia fluminense de saneamento Cedae. O leilão movimentou R$ 22,7 bilhões.
Tecnologia: B3 e Neoway
A bolsa de valores brasileira B3 comprou a empresa de tecnologia Neoway em outubro por R$ 1,8 bilhão. A Neoway, fundada em 2002, é especializada em análise de big data e inteligência artificial para negócios.
Tecnologia: Totvs e RD Station
A desenvolvedora de softwares de gestão Totvs anunciou em março de 2021 a compra da empresa de programas de automação de marketing RD Station (antiga Resultados Digitais), de Florianópolis, em um negócio de mais de R$ 1,8 bilhão.
Telecomunicações: BTG Pactual e InfraCo
Em julho do ano passado, o BTG Pactual arrematou o controle da InfraCo, divisão de fibra ótica da operadora Oi. O valor do negócio foi de R$ 12,9 bilhões.
Varejo: Carrefour e Big
O grupo Carrefour comprou o Big, controlado pelo fundo de investimentos Advent International e o Walmart, por R$ 7,5 bilhões. O Big é dono de marcas como Big, Super Bompreço, Maxxi Atacado, Walmart e Sam’s Club no Brasil e tem mais de 40 mil funcionários no país.
Varejo e tecnologia: Magalu e Kabum
O Magazine Luiza anunciou em julho a aquisição do Kabum, maior plataforma de e-commerce de tecnologia e games do país. O negócio foi fechado por R$ 1 bilhão.
Vestuário: Soma e Hering
O Grupo Soma, dono das marcas Farm, Animale, Cris Barros e NV, comprou a fabricante de roupas Cia. Hering em abril de 2021, com uma oferta de R$ 5,1 bilhões. A empresa catarinense de 140 anos foi disputada também pela empresa de calçados Arezzo&Co, que havia oferecido R$ 3,4 bilhões pelo negócio.